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Quito é uma autêntica capital latino-americana. A cidade é um caldeirão de culturas, influenciada por uma coleção de povos: pré-colombianos, espanhóis, árabes, flamencos, italianos…
Há roteiros para todos os gostos. Para quem admira de artes e cultura, para os amantes de gastronomia, para os entusiastas por natureza e aventura e até para os religiosos! Interessados por história ou por arquitetura também estão contemplados.
O centro histórico de QuitoPatrimonio Cultural daa Humanidade (Unesco) é o resultado de toda esta miscigenação de povos e culturas , vistos na arquitetura colonial das igrejas, praças e mansões. (5
Recomendo pegar um táxi para subir o morro chamado de El Panecillo e de lá de cima apreciar a vista do centro histórico.
Como na maioria das capitais coloniais da América do Sul, as igrejas são um destaque. São inúmeras! Este grande número de igrejas faz com que Quito também seja um destino de todos os interessados por espiritualidade.
No centro histórico está localizada a minha igreja predileta, a Iglesia de San Francisco. Só depois fui saber que, apesar do nome, a igreja é dedicada ao San Andrés. A confusão do nome é porque a igreja está em um convento, lindíssimo, dedicado à São Francisco. Mas isso não ofusca a beleza da igreja, barroca e toda dourada. No mesmo convento em que está a igreja também há um museu com pintores do Equador, mas que não me atraiu tanto.
Quito também guarda muito bem sua herança pré-colonial, o que explica a grande quantidade de museus. Ali perto do convento de San Francisco, no centro histórico, há vários. Fui ao Centro Cultural Metropolitano e ao imperdível Museo de la Ciudad. Este último conta a história de como nasceu e se desenvolveu Quito, a partir da arte que é fruto da convivência entre diferentes povos.
Ali pela cidade velha também há ótimos parques. O Parque de La Alameda é pequeno, mas muito próximo do Centro Histórico e muito carismático. Já o Parque El Ejido é bem maior, e minha sensação é de que ele é mais usado pelos próprios habitantes da cidade. Ao final de semana, ele possui uma feirinha de artesanatos.
Parques El Ejido e La Alameda. Fotos: Quito Turismo
Fora do Centro Histórico, os amantes de cultura e arte devem se emocionar com a Capilla del Hombre. O próprio museu é uma obra de arte, criada pelo renomado artista nacional Oswaldo Guayasamín. Um mural sobre a história dos povos nativos é de se arrepiar, assim como os artefatos do período anterior aos Incas.
Clique nas fotos abaixo para ver as próximas.
Também a uns 30 minutos do centro da cidade está um dos monumentos mais visitados de Quito, Mitad del Mundo. Este monumento está exatamente na linha do Equador, então nele é possível estar em dois hemisférios do globo ao mesmo tempo.
Além do Centro Histórico, outros bairros de Quito merecem uma visita. É o caso de La Mariscal, onde está o Mercado Artesanal (um ótimo lugar para comprar presentes), o Guápulo, uma antiga cidade colonial nas montanhas, e La Floresta, uma parte mais jovem de Quito.
La Mariscal e Guápulo. Fotos: Quito Turismo
A diversidade cultural de Quito também se reflete na ótima comida. Cada região da cidade tem sua gastronomia específica, tirando vantagens dos vegetais e frutas existentes no local. Viajar para Quito é, então, viver uma verdadeira explosão de sabores em que chefes reúnem o tradicional ao contemporâneo, trazendo a ancestralidade de seus povos aos dias de hoje.
Exemplos de pratos da gastronomia de Quito. Fotos: Quito Turismo
Os chocólatras também podem comemorar: o Equador é um grande produtor de cacau. Inclusive, há alguns anos atrás fizemos uma grande encomenda e presenteei todos os nossos amigos e parceiros profissionais com 3 tipos de chocolate equatoriano. Foi um sucesso!
Diversas lojas de chocolate estão pela cidade e eu recomendo ir pelo menos na da Pacari, uma marca de chocolates orgânicos muito famosa no país. A loja deles fica também no Centro Histórico.
Também recomendo dar uma passadinha pela Calle La Ronda, antigo ponto de encontro da boêmia da cidade. Hoje, ela tem diversos restaurantes e, principalmente, docerias cheias de ótimos chocolates.
Mas falar de Quito também é lembrar de sua riqueza natural. Dentro da região metropolitana está o Bosque Nublado, um dos lugares com a maior biodiversidade do planeta. A topografia do Bosque faz com que ele esteja em diversas altitudes, criando assim uma variedade de microclimas e, consequentemente, bela diversidade de fauna e flora. Isto fez a reserva natural ser reconhecida pela National Geographic como um dos melhores habitat naturais a se visitar no mundo.
Bosque Nublado e sua fauna. Fotos: Quito Turismo e Pública FM
Há também muitas outras atrações naturais em Quito: a reserva Pululahua, que fica no meio de uma cratera vulcânica, a floresta Maquipucuna, extremamente densa, e a Papallacta, um pouco mais longe de Quito e mais perto da Amazônia. Essa última possui águas termais, então é perfeita para quem busca uma pausa na viagem para um pouco de relaxamento.
Maquipucuna, Puluahua e Papallacta. Fotos: Tripadvisor, Quito Adventure e Lonely Planet
Outro destaque são seus vulcões: há mais de dez ao redor da cidade! Fui ao vulcão Ruco, na região da Pichincha por meio de um bondinho cuja viagem dura dez minutos, seguido de uma trilha pelo relevo que durou cerca de cinco horas. Fiquei sem fôlego novamente, sem saber se estava afetada pelas alturas ou por ver toda a cidade de cima. Devido à sua posição geográfica, bem na linha do Equador e no topo dos Andes, dizem que Quito é o centro do mundo. Vendo a cidade dali de cima, não ouso discordar. fotos 11 a 15
Há aproximadamente dois meses ficou possível adquirir passagens aéreas de São Paulo direto para Quito e eu recomendo fortemente que os turistas brasileiros aproveitem esta oportunidade para conhecer a cidade. Também deixo algumas dicas: é necessário se aclimatar à altitude de Quito antes de se aventurar por seus vulcões, e também é preciso se atentar às variações climáticas. Por estar na linha do Equador, a cidade vivencia as quatro estações do ano ao mesmo tempo!
Enfim, não deixe de colocar Quito no seu radar.
E , ao chegar à capital, esqueça esse papo de que pegar ônibus aberto de turismo é brega! Não é.
