Não é novidade nenhuma a minha paixão por história. Guerras, conquistas, revoluções… tudo isso me dá sede de aprender cada vez mais! E Roma é a essência da história ocidental. Poderíamos até afirmar que tudo e todos passaram por ali.
Quando tive a primeira oportunidade de visitar a Itália há 30 anos, após uma temporada gelada de estudos na França, fiquei tão ansiosa querendo ver tudo e visitar todos os museus, igrejas, praças e obras de arte públicas e privadas, que tive uma experiência mais superficial. Daquele tipo “colecionadora de monumentos”! Depois, eu até voltei algumas vezes, mas sempre rápido ou a trabalho e aproveitava para ver uma coisa aqui e outra ali.
Hoje, aprendi que os lugares não vão sair do lugar, só ficarão mais cheios. E quando viajo a destinos que têm muitos atrativos interessantes, procuro fazer um corte temático e aprofundar-me em alguma coisa, de forma a ter um mergulho mais completo naquela cultura.
Recomendo, em Roma, pelo menos quatro dias, para poder fazer um roteiro com tranquilidade.
Na última vez, a primeira coisa que escolhi foi um hotel bem localizado, nada sofisticado, mas com jeito de villa italiana. Vi a sugestão do hotel La Residenza no blog do Ricardo Freire e segui a dica. E é importante considerar que Roma no inverno tem temperaturas agradáveis, especialmente quando faz sol. Assim, é uma combinação perfeita para antes ou depois das temporadas de esqui, nos Alpes franceses ou nas Dolomitas, que ficam na própria Itália.
A fundação da cidade está ancorada no mito de Remo e Rômulo, que teriam sido criados por uma loba. Mas também existem indícios, mais óbvios e lógicos, de que tenham sido crianças abandonadas durante batalhas e encontrados por um senhor que era casado com uma mulher que tinha um perfil de loba. Bom, o fato é que existem muitos livros e teses sobre isso, mas também que essa imagem, dos irmãos sendo alimentados por uma loba é disseminado por toda a cidade.
Mas, o período que mais me encanta é a Roma Imperial. Tudo começa após quase vinte anos de guerra civil a partir da morte de Júlio Cesar. E todos os acontecimentos deixaram muitas marcas pela cidade. Eu li dois livros, bastante romanceados, sobre Roma. Eles são uma leitura leve que dá uma ótima noção da história de Roma, para quem não é e não quer ser historiador. O autor é Steven Saylor. O primeiro volume cobre o período que vai de 1.000 a.C até 1 a.C. e o segundo todo o período Imperial. Apesar de a Roma Imperial ser o meu período preferido, é fundamental ao visitar Roma, deixar-se levar pelas inúmeras obras de arte e arquitetura antiga e contemporânea, moda, restaurantes, pessoas, italianos e italianas, cafés e vistas deslumbrantes. Então, organize o seu roteiro, mas procure olhar além do óbvio, e poderá descobrir atrativos e lugares vibrantes e inéditos! Aquela lista de restaurantes recomendados é indispensável. Mas parar em um lugarzinho inusitado e desconhecido, com uma pequena fila de jovens na porta, pode ser o início de uma pequena aventura para conhecer os lugares que os moradores de Roma costumam frequentar.
Resumindo, recomendo a fórmula italiana que, na minha opinião, é uma combinação de planejamento e relaxamento, um pouco de cada!
O inverno é florido em Roma
O acesso aos Museus
Capitolinos é feito por meio de uma escada pouco íngreme, ladeada por esculturas.
Roma é uma cidade que foi povoada por entre sete colinas e o Rio Tevere. Os Museus Capitolinos ficam no topo de uma delas, o Monte Capitolino, de onde recebem seu nome.
A colina do Capitólio é uma das colinas históricas que estão associadas à fundação e a história de Roma. Ali, durante o Império Romano, ficava o Templo de Júpiter, cujas fundações podem ser vistas hoje dentro dos museus.
Os Museus Capitolinos foram inaugurados em 1734, mas sua coleção já havia sido iniciada com o papa Sisto IV no século XV, que doou ao povo romano estátuas de bronze que foram achadas em Roma e levadas à Basílica de São João Latrão. Com o tempo, outras obras foram incorporadas à coleção, que hoje é uma das mais significativas do mundo.
Conhecer os principais feriados públicos e eventos na Itália podem ajudar a escolher um período de estadia menos procurado pelos próprios italianos:
– em Janeiro: Ano Novo (dia 1) / Epifania (dia 6)
– em Fevereiro: Festa de Racchettinvalle: uma corrida amigável de raquetes de neve que atrai participantes, não só de Itália, mas de todo o mundo
– em Março: Semana cultural por Itália: museus, sítios e monumentos estatuais são grátis (entre o final de Março até ao começo de Maio) / Páscoa (Março ou Abril)
– em Abril: dia da Libertação (dia 25)
– em Maio: dia do Trabalhador (dia 1)
– em Junho: Festival das Flores em Piazza Lantelme / Festa della Republica (dia 2)
– em Agosto: dia Assunção da Virgem Maria (dia 15) / Festa de Ghironda: um instrumento local, feito na aldeia de Pragelato
– em Novembro: Dia de todos os Santos (dia 1) / Festival da Unidade Nacional (dia 5)
– em Dezembro: Dia da Imaculada Conceição (dia 8) / Dia de Natal e de Santo Estevão (dias 25 e 26) / Capod’anno (dia 31)
… continua!