ROMA: 4 DIAS NA CIDADE MAIS SINGULAR DA EUROPA – 2º DIA

No segundo dia, o que fizemos, e sugiro a todos, é visitar o Centro Histórico em um passeio a pé pelas “piazzas”, que são encantadoras românticas, com ruelas estreitas e cafés na calçada. É uma região bastante turística mas, que também é naturalmente frequentado pelos moradores. Arte e arquitetura surgem ao redor de Roma o tempo todo. Em uma caminhada, mesmo sem tentar, você vai encontrar-se com obras primas dos grandes artistas.

A Piazza Navona é uma das obras barrocas mais significativas de Roma e uma de suas praças mais características. Ela teria sido ocupada originalmente por um campo como o Stadio di Domiziano, construído no século I. No século XV o local foi pavimentado e funcionou por quase 300 anos como o principal mercado da cidade.

Piazza Navona com um bem-vindo solzinho de inverno.

 

Na Piazza Navona, está localizado o Palazzo Pamphilj, sede da Embaixada Brasileira, do Consulado-Geral do Brasil e da Missão do Brasil para a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação.

Ao centro da praça está a famosa Fontana dei Quattro Fiumi, obra de 1651 do genial Bernini, com conjuntos escultóricos que representam os rios Nilo, Ganges, Danúbio e o da Prata. Ao centro da fonte está o obelisco que foi encontrado na Via Apia e que pertenceu ao Circo de Maxêncio.

Criada por Giacomo della Porta e aperfeiçoada por Bernini, que posteriormente incluiu os golfinhos, a Fonte do Mouro foi conhecida no início como “Fonte do Caracol”. Esta fonte está localizada na área sul da praça. 

A Fonte de Netuno também foi criada por Giacomo della Porta, mas permaneceu abandonada desde a sua criação até 1873, quando a obra foi finalizada na área norte da praça.

Nenhuma fotografia faz jus à beleza da Fontana dei Quattro Fiume e, é muito interessante ficar tentando descobrir qual conjunto escultórico representa cada rio. Mas na Piazza temos também o conjunto escultórico “Netuno”.

 

Em seguida, caminhamos em direção àquela que ainda hoje é considerada a façanha arquitetônica mais importante dos romanos. O Pantheon, que fica na Piazza dela Rotonda. O monumento de 2.000 anos é hoje uma igreja, mas foi um templo criado por Marcus Agrippa em 27 d.C. Foi bastante destruído devido ao incêndio em 80 d.C., e em 120 d.C. reconstruído sobre as suas ruínas. Adriano investiu na sua reconstrução todo o seu prestígio e talento para a arquitetura. 

O Pantheon foi, por muito tempo, um espaço politeísta – ou seja, “um templo de todos os Deuses”. Posteriormente, por volta de 609 d.C., religiosos católicos o transformaram em Igreja Católica, denominada Basílica di Santa Maria Della Rotonda. 

O exterior é bem cinzento e até aparenta a sua idade, mas quando vamos atravessando as colunas e entramos pelas enormes portas de bronze, vamos nos emocionando ao estar sob a maior cúpula de concreto não armado já construída, e ter a sensação de grande amplitude. Eu adoro estar aí!

Piazza Della Rotonda e entorno com o Pantheon ao fundo – foto: turismoroma.it

Eu não tenho imagens do Pantheon dignas de apresentar para vocês. Mas no site Turismo Roma vocês encontram. A praça fica permanentemente lotada e tem fila para entrar, mas a visita é gratuita e vale cada minuto de espera. 

A imensa cúpula realmente chama muita atenção. Ela é também chamada de “rotonda”, e é considerada uma construção incrível dada a época e falta de recursos, tecnologias e estudos de engenharia. Muitos estudantes de arquitetura passam horas na local para tentar desvendar os seus mistérios ou apenas para contemplar o espaço. Absolutamente tudo que foi pensado e projetado é fundamental para a sobrevivência da construção até hoje. Possui o óculo que permite a entrada de luz natural ao edifício e, quando chove, há um sistema de drenagem que impede a inundação do templo. Se olharmos para baixo e para cima, podemos notar que o piso de mármore é inclinado e tem 22 buracos quase invisíveis que escoam a chuva que entra pelo óculo.

Pantheon, com a luz entrando pelo óculo – Foto por Jun

Logo em frente à entrada podemos ver o altar-mor da igreja e, à esquerda os túmulos de Rafael Sanzio, do rei Umberto I e de Margarida de Saboia. Na parte oposta está o túmulo do rei Vitorio Emanuelle II.

 

Túmulo do pintor Raffaello Sanzio no Pantheon – Foto Wikipedia

É obrigatório abraçar uma coluna do Pantheon: elas são impressionantemente largas, a sensação é indescritível. E ah, não esqueça de se sentar em um degrau das escadas da Piazza dela Rotonda para outra experiência inesquecível de contemplação.

 

Colunas do Pantheon – Foto de Pushy Penguin

Após visitar a Piazza Navona e o Pantheon pela manhã, em seguida almoçamos no restaurante Da Fortunato, que fica a uma quadra da Piazza della Rotonda, na Via del Pantheon, 55, 00186 Roma. Experimentei o “Strozzapretti”, escolhido no cardápio abaixo. E era muito bom! Ficamos só no primeiro prato, porque é muito fácil ganhar uns quilos durante as viagens. E as ruazinhas no entorno têm sorveterias, cafés e lojinhas bem interessantes. A sobremesa foi um sorvete de chocolate na Venchi, que é uma especialidade da casa. A Venchi fica na Via degli Orfani, 87.

Chegando ao Fortunato, para um almoço muito agradável, no interior ou nas mesas externas.

Depois do almoço seguimos em direção ao templo dedicado ao imperador Adriano, na pequena praça chamada Piazza di Pietra, onde estão remanescentes do edifício realizado pelo seu sucessor Antonino Pio, em 145 d.C. O templo estava no centro da praça, que tinha um pórtico. Restam 16 colunas, os blocos do muro externo e outras partes originais que, em 1879, foram inseridos no palácio da Bolsa e Câmara de Comércio. Esse local foi considerado pelo Ministério dos Bens Culturais da Itália um exemplo de novo uso para dar nova vida a ao patrimônio histórico.

Em seguida caminhamos para a Piazza di Spagna, passando pelas Vias del Corso e Via del Condotti, área comercial mais sofisticada de Roma, repleta de lojas e cafés. No centro da Praça, aos pés da Escadaria Espanhola está a Barcaccia, uma fonte com um barco afundando. Foi executada provavelmente em 1627 é atribuída ao artista Pietro Bernini. A água da fonte chega pelo aqueduto Aqua Vergine. A praça é sempre lotada de turistas e já foi conhecida como guetto de l’inglese. Neste momento decidimos terminar o dia no Caffè Greco, famoso pelos poetas românticos que costumavam reunir-se ali, e que é um local de parada agradável e bastante animado.

Mas o segundo dia não terminou aqui. Ainda passamos no hotel para reabastecer-nos de agasalhos e sair para jantar na região do Trastevere.

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